segunda-feira, 11 de junho de 2018

Projeto Território Jaraguá - Parte I - Roteiro Jardim Bandeirantes



No último mês de abril os estudantes dos sextos anos A, B e C participaram de uma saída pedagógica pelo bairro Jardim Bandeirantes, como parte do projeto Território Jaraguá, sendo acompanhados pelos professores Henrique e Cida e pelo ATE João.
O objetivo do projeto Território Jaraguá é de compreender as transformações no espaço geográfico do distrito Jaraguá, através da sua historicidade e conflitos, respeitando a diversidade individual, dos povos e das culturas que no passado e no presente contribuíram e contribuem na formação do Território Jaraguá. Assim sendo, os conceitos de lugar, paisagem e espaço geográfico trabalhados na sala de aula de forma teórica, são desenvolvidos com melhor profundidade no roteiro efetivado na saída pedagógica.

Começamos nosso roteiro pela rua Alto do Rio Bravo, chamando a atenção dos estudantes para a velocidade máxima dessa via : 20 km[1]. Isso torna a rua segura para a prática de exercícios físicos pelos moradores do bairro. A rua é bem arborizada e agradável, guardando uma surpresa interessante para quem a percorre, um pequeno lago com diversos peixes, denotando que provavelmente ali próximo ainda exista uma nascente com água limpa. Além disso, também existe um parquinho e uma quadra onde a criançada se diverte. Um aspecto negativo notado por nós foi uma certa quantidade de lixo jogado próximo do parquinho.
Imagem de Satélite com os pontos de parada do roteito Jardim Bandeirantes 


Mapa com os pontos de parada do roteito Jardim Bandeirantes 
Traçado indicativo do roteiro realizado pelo Jardim Bandeirantes

Selfie do Laguinho

João comentando sobre o lago


Selfie do Laguinho

Selfie do Laguinho

Crianças observando os peixes

Peixes do laguinho

Selfie do Laguinho

Selfie do Laguinho
Parquinho e quadra da rua Alto do Rio Bravo 
Lixo e entulho próximos ao parquinho da rua Alto do Rio Bravo

Seguindo nossa caminhada pelo Território Jaraguá subimos as escadas rumo ao Morro da Torre. Após o esforço físico, a grande recompensa, uma bela vista para todos apreciarem. Nesse momento, podemos trabalhar diversas questões, tais como a forma marcante que o Pico do Jaraguá se sobressai nessa paisagem, sendo na história de nosso país um ponto de referência para os viajantes que vinham do interior, como os povos indígenas ou os colonizadores bandeirantes.
Com vocês O Senhor do Vale !!! 




Vista do centro do Jaraguá - Próximo roteiro do projeto Território Jaraguá a ser realizado em julho/2018 
Vista do centro do Jaraguá - Próximo roteiro do projeto Território Jaraguá a ser realizado em julho/2018 

A sabedoria indígena em sua relação de total ligação com a natureza aponta os nomes do lugares com um significado geográfico muito interessante. A professora Cida em seu blog História -  Jaraguá[2] explica o possível significado do nome do nosso distrito:
“A palavra Jaraguá é, sem dúvida, de origem Tupi - os habitantes mais antigos que conhecemos da região - mas seu significado não está bem definido. O mais aceito é que o termo signifique "O Senhor dos Vales" fazendo uma referência ao morro que domina a região e ponto mais alto da cidade de São Paulo.”
Geografizando na Rua 

Aproveitando o Morro da Torre, continuamos comentando um pouco sobre aspectos da paisagem do Jaraguá. Falamos sobre a importância histórica da atual linha sete rubi, antiga Estrada de Ferro Santos- Jundiaí, por qual passou toneladas de um produto marcante na história de São Paulo e do Brasil: o café. Discutimos também o seu novo uso atualmente que é o transporte de passageiros.
No Morro da Torre temos uma vista de Pirituba também e parte de outros distritos mais próximos do centro de São Paulo. Foi questionado aos estudantes para que descrevessem as diferenças nessas paisagens, comparando-se o centro do Jaraguá e esses outros distritos. Eles perceberam a questão do tipo de moradia – mais casas no Jaraguá, mais prédios nos outros distritos e a questão da arborização, pouca mais ao centro e elevada no Jaraguá. Aproveitamos para descrever brevemente a Mata Atlântica, fato que poderemos aprofundar no segundo semestre num possível roteiro ao Pico do Jaraguá. Foi comentado também aspectos físicos como o divisor de águas, o vale que se forma no caminho da ferrovia e a nomenclatura cunhada pelo geógrafo Aziz Ab’saber que caracteriza perfeitamente esse domínio morfoclimático: os mares de morros.

Bem como atividade que será executada em breve na sala de aula, para pensarmos o espaço geográfico e as transformações que nele são realizadas pelos seres humanos,  adotamos o nome de Piritubão para o enorme terreno que margeia a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães e pode ser visto do Morro da Torre. Nela os estudantes proporão suas ideias para aquele espaço, que diga-se de passagem  foi comprado por uma construtora e em breve será modificado

Imagem de satélite do  terreno que margeia a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães
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Imenso terreno que margeia a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães


Seguindo nosso percurso, saímos na rua Por do Sol, sendo possível nesse lugar comentar sobre os movimentos que nosso planeta realiza : a rotação – giro em torno do seu eixo que marca a passagem do dia e da noite e a translação – giro em torno do Sol que marca a passagem do ano e das estações. Comentamos também sobre o Movimento Aparente do Sol e a possibilidade de saber a hora através da sua posição e respectiva incidência da nossa sombra. Tudo isso aproveitando a toponímia – ou seja, os nomes dos lugares.
Explicação na rua Pôr do Sol sobre os movimentos do planeta Terra.

Seguimos em direção a Capela Lagoa, local onde existi uma lagoa em que as pessoas nadavam atrás da Capela que existe até hoje, em torno do qual o bairro cresceu. Aqui João comentou sobre o “rio chocolate” que se formava quando a água descia pela terra vindo da lagoa, dando a impressão de que se formava um rio feito de chocolate.
João comentando sobre a lagoa e o "rio chocolate." 
Capela da Lagoa em torno do qual o bairro cresceu
Estou apontando o local da antiga lagoa, hoje aterrada

Ali próximo adentramos no Campo da Xurupita, comentando sobre a importância do  futebol de várzea como alternativa de lazer na cidade de São Paulo, principalmente nas periferias da capital paulista. O campo também já foi palco de um clipe de funk..
Campo da Xurupita - Futebol de Várzea presente ! 
Vitória ! 


Seguindo nosso trajeto subimos a Rua da Natureza até o encontro com a Rua Thomas Ribeiro Colaço, na qual em um dos dias da caminhada o carro do Google Street View[3] passou por nós. Fica a dúvida: será que teremos nossa foto registrada no famoso aplicativo do Google ? A pesquisar !

Chegamos então na bonita Praça do Vivan inaugurada em 1985.
O administrador regional na época era o senhor Milton dos Santos conforme anotado na placa. Nesse link temos uma entrevista recente que o Coletivo Salve Kebrada fez com ele - https://www.youtube.com/watch?v=jwtfXhr0xuM&t=1954s

Nela podemos comentar sobre a atuação das Associações Amigos do Bairro em busca de melhorias para as periferias da cidade de São Paulo, principalmente durante a década de 80. Elas estavam principalmente ligadas a exigir do poder público e dos vereadores melhorias estruturais, tais como asfalto, água, luz, esgoto, linhas de ônibus, construção de praças e escolas, entre outras demandas. Aqui podemos lanchar e se divertir na quadra e nos brinquedos, que necessitam de uma reforma.
Descansando na Praça do Vivan 

Curtindo o brinquedo

Futebol de leve 

Lanche ! 



Selfie do Banco - Praça do Vivan 


Praça do Vivan 



Finalizando nossa caminhada paramos no Ponto Elevado (Rua Armando Braga) para especular quanto a nascente que abastece a lagoa lá embaixo na rua Alto do Rio Bravo. Por fim retornamos para a Emef Estação Jaraguá.
O percurso foi efetivado das 9 às 11 e 50 em três dias diferentes:
10/04/2018 - Sexto ano B com 23 estudantes;
23/04/2018 - Sexto ano C com 26 estudantes;
25/04/2018 - Sexto ano A e remanescentes com 35 estudantes.
No total participaram do roteiro 84 estudantes dos sextos anos !
Lista com os participantes 

Lista com os participantes 

Lista com os participantes 

Temos programadas mais duas saídas pedagógicas  - Centro do Jaraguá em julho e Pico do Jaraguá em setembro/outubro

Professora Gilmara  - Agora é diretora na cidade de Campinas!  
Agradecimentos – Agradeço ao ATE João e a Professora Cida que me acompanharam no roteiro elevando o nível das informações. Professora Gilmara que abraçou a ideia do projeto Território Jaraguá contribuindo na concepção inicial do projeto. E a todos os profissionais da EMEF Estação Jaraguá que tiveram sua rotina modificada por contingência das saídas pedagógicas.  

Selfie do Vivan  - Henrique, João e Cida - Território Jaraguá !
É noiz !!!

Nesse link temos todas as fotos dos três dias  - https://www.facebook.com/henrique.macedo.779/media_set?set=a.1954147627992915.1073741871.100001930895923&type=3&uploaded=62



[1] Maiores informações acesse: http://jaraguasp.blogspot.com.br/2016/10/expedicao-fotografica-jardim-bandeirantes.html Acesso em 27/05/2018  20:30 
[2] http://www.historiajaragua.com.br/p/sobre.html  Acesso em 27/05/2018 20:37
[3] Google Street View é um recurso do Google Maps e do Google Earth que disponibiliza vistas panorâmicas de 360° na horizontal e 290° na vertical e permite que os usuários vejam partes de algumas regiões do mundo ao nível do chão/solo.

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